Tuchel fecha eliminatórias sem falhas e encara decisões cruciais antes da Copa do Mundo

Josias Junior

Com oito vitórias em oito partidas, 22 gols marcados e nenhum sofrido, a seleção masculina da Inglaterra concluiu a fase de qualificação para a Copa do Mundo com triunfo sobre a Albânia. O técnico Thomas Tuchel, que sucedeu Sir Gareth Southgate, soma agora nove vitórias nos seus primeiros dez compromissos, igualando o feito de Glenn Hoddle em 1996-97 (W9 L1).

Disputa pela camisa 10

O duelo entre Jude Bellingham e Morgan Rogers pelo posto de armador central domina o planejamento. Bellingham voltou a ser titular em Tirana após recuperação de cirurgia no ombro, mostrou passes longos, infiltrações e quase marcou, mas recebeu cartão amarelo por falta após perder a bola e saiu descontente ao ser substituído. Já Rogers, de 23 anos, aproveitou a ausência do colega para firmar-se: foi um dos dois atletas — ao lado de Declan Rice — presente em todos os dez jogos da era Tuchel.

Rogers atuou 531 minutos, com seis partidas como titular. Bellingham, quatro vezes na equipe inicial, acumulou 374 minutos. Mesmo assim, a experiência de Bellingham em competições de alto nível pode dar-lhe vantagem na largada do Mundial.

Dependência de Harry Kane

Harry Kane chegou a 78 gols em 112 apresentações pela Inglaterra ao marcar duas vezes contra a Albânia. Aos 32 anos, segue referência absoluta. O ex-zagueiro Conor Coady declarou à BBC Radio 5 Live: “Não quero imaginar uma Inglaterra sem Harry Kane. Ele é nosso maior trunfo para o próximo ano”.

Entre possíveis reservas, Danny Welbeck, 34, quase foi convocado nesta Data Fifa, mas Tuchel ponderou: “Mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, sei o que ele entrega. Preciso ver isso em novembro?”. Ollie Watkins foi utilizado ocasionalmente; Ivan Toney desapareceu após atuar dois minutos em amistoso contra Senegal; Marcus Rashford, Anthony Gordon e até Phil Foden podem ser alternativas, porém nenhum alcança o nível de Kane.

Zaga em definição

Na vitória em Tirana, John Stones exerceu papel híbrido: zagueiro de origem que avança ao meio-campo com a posse. Stephen Warnock avaliou: “Ele comanda o jogo da defesa e do meio”. Para a Copa, Tuchel deve optar por linha de quatro, com disputa entre Stones, Ezri Konsa e Marc Guehi. Coady vê a briga equilibrada, mas ressalta a importância de manter Stones saudável. Recém-estreante, Jarell Quansah agradou ao atuar tanto centralizado quanto aberto.

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Imagem: bbc.com

Laterais e ponta esquerda em aberto

No lado esquerdo, três jovens seguem na corrida: Myles Lewis-Skelly (Arsenal), Djed Spence (Tottenham) e Nico O’Reilly (Manchester City). O’Reilly foi titular nos dois últimos jogos. Tino Livramento, do Newcastle, machucado, ainda lidera a preferência. Lewis-Skelly não foi convocado por falta de minutos na temporada.

Com Bukayo Saka garantido na direita, a outra ponta permanece indefinida. Rashford fortaleceu a candidatura ao cruzar para o segundo gol de Kane. Gordon também impressionou, enquanto Tuchel admira Noni Madueke, em recuperação. Jack Grealish, emprestado ao Everton, não veste a camisa da seleção desde outubro de 2024. Eberechi Eze iniciou contra a Albânia, mas está atrás na disputa.

Sem sofrer gol e com 100% de aproveitamento, a Inglaterra de Tuchel parte agora para a fase de observação final antes de divulgar a lista para o Mundial, ainda com posições-chave em aberto e a missão declarada de encerrar um jejum de 60 anos sem títulos importantes.

Com informações de BBC Sport

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