Londres (21.out.2025) – A temporada 2025-26 da Premier League registra queda inédita no volume de jogo aberto e vê crescer o peso dos lances de bola parada, especialmente laterais arremessados direto na área. O movimento, apontado por analistas como tendência irreversível, tornou o Arsenal líder após oito rodadas graças a oito gols em jogadas ensaiadas.
Frequência de bola rolando atinge piso histórico
De acordo com a Stats Perform, a bola esteve em jogo apenas 54% do tempo regulamentar até a oitava rodada, menor índice em dez anos. Consequentemente, a média de passes caiu para 429 por partida, a mais baixa desde 2010-11, e as finalizações despencaram para 12,1 por equipe – recorde negativo desde o início da série em 2008-09.
Arsenal transforma escanteios, faltas e laterais em “artilheiro”
O time de Mikel Arteta balançou as redes oito vezes em bolas paradas – desempenho inferior apenas aos gols de Erling Haaland no ranking individual. Nas duas temporadas anteriores, os Gunners já haviam somado 20 e 15 gols desse tipo, respectivamente. Segundo o consultor Ted Knutson, um programa de bolas paradas bem estruturado pode acrescentar até 0,8 gol por jogo, “salto equivalente ao impacto de contratar um atacante de elite, porém sem o custo de mercado”.
Estudo reforça eficiência dos lances estáticos
Pesquisa de Paul Power apresentada em 2018 no Sloan Sports Analytics Conference mostrou que posses em jogo aberto geram gol em 1,1% das vezes, enquanto bolas paradas convertem 1,8%. “Você praticamente dobra a chance de marcar quando finaliza após uma cobrança”, explica o analista, hoje na empresa SkillCorner.
Exemplo dinamarquês inspirou tendência
O FC Midtjylland, da Dinamarca, já havia evidenciado o potencial desse recurso. Em 2014-15 e 2017-18, a equipe somou 25 gols em bolas paradas e conquistou o título nacional; a média de gols do campeonato saltou de 2,41 para 2,91 por jogo sem prejudicar o rendimento em jogadas corridas.
Laterais viram arma ofensiva
O atual campeonato inglês registra, após oito partidas, o maior número de chutes originados de laterais desde o início da medição. A preparação exige que jogadores se posicionem na área antes da cobrança, prolongando a paralisação e contribuindo para o baixo tempo de bola rolando.
Imagem: espn.com
Gols estáticos substituem, não somam
Apesar do aumento nas redes balançadas em escanteios, faltas e laterais, o total de gols em ação contínua é o menor já visto no mesmo intervalo de rodadas. Com mais clubes priorizando ensaios, a expectativa é de que a prática se intensifique, ampliando a discussão sobre o impacto na atratividade do espetáculo.
Enquanto isso, o Arsenal sustenta mais de 50% de probabilidade de título, segundo projeções de mercado, amparado por um sistema defensivo sólido e pelo “novo artilheiro invisível”: sua bateria de jogadas ensaiadas.
Com informações de ESPN