CHIŞINǍU, Moldávia – A seleção italiana voltou a vencer nas Eliminatórias Europeias, mas a pressão continua alta. Na noite de quinta-feira (13), a Azzurra fez 2 a 0 sobre a lanterna Moldova, resultado que manteve o time de Gennaro Gattuso na vice-liderança do Grupo I e obrigou a equipe a derrotar a Noruega, em Milão, no domingo, por nove gols de diferença para garantir vaga direta na Copa do Mundo de 2026.
O triunfo na capital moldava foi o sexto em sete partidas, mas ficou longe do placar elástico de que a Itália precisava. Gianluca Mancini abriu o marcador de cabeça aos 43 minutos do segundo tempo, e Pio Esposito ampliou nos acréscimos. Mesmo assim, o placar não amenizou a irritação dos cerca de 400 torcedores italianos presentes, que protestaram contra jogadores, comissão técnica e federação. Sem comemorar com o público, o elenco deixou o gramado rapidamente.
“Não é hora de dizer aos jogadores para arrumarem outro emprego; precisamos estar unidos”, rebateu Gattuso após ouvir vaias e cânticos direcionados a ele.
Noruega impecável e vantagem no saldo
A missão italiana ganhou contornos dramáticos porque a Noruega, líder do grupo com 100% de aproveitamento, goleou a mesma Moldova por 11 a 1 em casa e por 5 a 0 fora, além de ter batido a Itália por 3 a 0 em Oslo na estreia. Com esses resultados, o time comandado por Ståle Solbakken soma um saldo de gols inalcançável para a tetracampeã mundial sem uma goleada recorde em San Siro.
O principal nome da campanha norueguesa é Erling Haaland, autor de 14 gols nas Eliminatórias – nove a mais que o artilheiro italiano, Mateo Retegui. Antes da rodada, a Azzurra precisava de uma combinação improvável: um tropeço da Noruega contra a Estônia e uma vitória própria por larga margem. No entanto, enquanto os italianos faziam o curto trajeto de ônibus até o Stadionul Zimbru, os noruegueses transformavam um 0 a 0 em 4 a 0 ainda no intervalo, sepultando qualquer chance de dependência apenas dos próprios resultados.
Desperdício de chances e elenco desfalcado
Diante da 156.ª colocada no ranking da FIFA, a Itália finalizou 28 vezes ‑ 13 apenas no primeiro tempo ‑, mas mostrou falta de contundência. A situação poderia ter ficado pior se Virgiliu Postolachi, centroavante moldavo, não tivesse desperdiçado oportunidade clara aos 33 minutos.
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Gattuso, no cargo desde junho e sexto técnico italiano desde 2014, não pôde contar com Moise Kean, lesionado, e sugeriu que Federico Chiesa recusou convocação. Michael Kayode, do Brentford, ficou fora por opção técnica, e o atacante Gianluca Scamacca voltou à seleção após dois anos de recuperação.
Fantasma da repescagem
Caso não consiga o feito inédito de superar a Noruega por nove gols, a Itália disputará pela terceira vez seguida a repescagem. Nas duas últimas ocasiões, foi eliminada por Suécia (2018) e Macedônia do Norte (2022) – adversários que podem novamente cruzar o caminho italiano no sorteio de quinta-feira.
Após a partida, a delegação embarcou em voo às 1h30 para Milão, ciente de que um novo “filme de terror” pode se repetir se a classificação direta não vier no domingo.
Com informações de ESPN