Protestos em Birmingham resultam em 11 prisões e mobilizam mais de 700 policiais no duelo Aston Villa x Maccabi Tel Aviv

Josias Junior

Birmingham (Reino Unido) – A partida entre Aston Villa e Maccabi Tel Aviv, realizada na noite desta quinta-feira (início às 20h GMT) em Villa Park, foi cercada por um esquema de segurança considerado “sem precedentes” pela polícia local. Mais de 700 agentes de 11 corporações foram mobilizados para conter protestos simultâneos de grupos pró-Palestina e pró-Israel diante da decisão de proibir a presença de torcedores visitantes.

Onze detenções

A Polícia de West Midlands confirmou 11 prisões ao longo do dia:

  • Cinco pessoas acusadas de ofensas racistas e desordem pública agravada;
  • Um homem de 34 anos e outro de 29 por insultos a manifestantes pró-Israel;
  • Um homem de 32 anos por insultos a um grupo pró-Palestina;
  • Um motorista de 63 anos após incidente com injúria racial nas proximidades do estádio;
  • Um homem de 67 anos por abuso racista contra um policial;
  • Outras detenções por posse de drogas, perturbação da paz, descumprimento de ordem de dispersão (jovem de 17) e recusa em retirar máscara facial (homem de 21);
  • Um homem de 21 anos foi detido ao tentar lançar fogos de artifício dentro de Villa Park.

Operação de grande porte

Segundo o comandante Ch. Supt. Tom Joyce, o efetivo ampliado foi necessário porque “vários grupos organizaram protestos e contraprotestos”. A força utilizou poderes da Seção 60, que permitem revistas sem suspeita prévia, em área que vai de Aston e Perry Barr até a estação Birmingham New Street, entre 12h de quinta e 3h de sexta.

A concentração de manifestantes tornou necessária a separação física entre cerca de meia dúzia de grupos ao redor do estádio. Pró-palestinos exibiam bandeiras e cartazes pedindo o fim da violência em Gaza, enquanto partidários de Israel caminharam até Villa Park e circularam com caminhões equipados com painéis eletrônicos contra o antissemitismo, exibindo frases como “Ban hatred not fans”.

Proibição de torcedores visitantes

Em novembro, o Aston Villa anunciou que não venderia ingressos ao público visitante. A decisão, chancelada pelo Safety Advisory Group de Birmingham após informações da Polícia de West Midlands, citou “níveis significativos de hooliganismo” ligados a torcedores do clube israelense. O chefe de polícia Craig Guildford manteve o veto apesar de questionamentos no Parlamento britânico, e o Maccabi Tel Aviv aconselhou seus adeptos a não viajarem por motivos de segurança.

Clima tenso na cidade

Comércio e escolas nas imediações fecharam mais cedo. O torcedor judeu do Villa Elliot Ludvig relatou apreensão por possíveis atos de violência ao ir ao jogo com o filho. Outro simpatizante, Adam Selway, compareceu com um cachecol meio-a-meio de ambas as equipes para demonstrar apoio ao esporte, “não à política”.

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Imagem: bbc.com

Apelos por calma

Grupos como Palestine Solidarity Campaign, Stop the War Coalition, Friends of Al-Aqsa e Punjabi Villans pediram que os protestos fossem pacíficos. Já o deputado independente Ayoub Khan participou de manifestação exigindo “liberdade à Palestina”.

Nos minutos que antecederam o apito inicial houve pequenos confrontos, mas a polícia informou que o jogo transcorreu sem incidentes graves dentro do estádio.

Com informações de BBC News

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