De não contratada a candidata: a ascensão de Riley Tiernan na NWSL

Josias Junior

LOS ANGELES (19.nov.2025) – Menos de um mês depois de assinar o primeiro contrato profissional, Riley Tiernan, 23 anos, transformou-se em peça-chave do Angel City FC e é uma das três finalistas ao prêmio de Caloura do Ano da NWSL. A vencedora será anunciada nesta quarta-feira, às 17h30 (de Brasília), durante a cerimônia anual da liga, com transmissão da ESPN2.

Concorrendo com a atacante Maddie Dahlien (Seattle Reign) e a zagueira Lilly Reale (Gotham FC), Tiernan chega à premiação após temporada de estreia na qual disputou 2.200 minutos, foi titular em todas as partidas, marcou oito gols, deu uma assistência e acertou 18 finalizações. Mesmo com campanha de 7 vitórias, 6 empates e 13 derrotas — insuficiente para levar o Angel City aos playoffs —, a atacante tornou-se o principal destaque do clube californiano.

Contrato só duas semanas antes do início do campeonato

A trajetória até o prêmio começou de forma inusitada. Em janeiro, Tiernan desembarcou em Los Angeles como trialist, sem vínculo profissional, num período em que a NWSL havia extinguido o draft universitário. Após mais de um mês de treinos e incerteza, foi comunicada pelo diretor esportivo Mark Parsons que ganharia contrato – apenas duas semanas antes da estreia da equipe.

“Ela passou de azarona a estrela”, resume Julie Uhrman, presidente e cofundadora do Angel City. O assistente Sam Laity reforça: “No primeiro dia, ela ‘arrombou a porta’. Era justamente o perfil de competitividade que queríamos”.

Início fulminante na liga

O cartão-de-visita veio ainda em março, contra o Seattle Reign, quando, cercada por três defensoras, subiu de cabeça para colocar a bola no ângulo e marcar seu primeiro gol como profissional. No começo de maio, já somava cinco gols, liderando as 42 estreantes da temporada e ocupando a vice-liderança na corrida pela Chuteira de Ouro.

Aos 22 anos, em setembro, quebrou o recorde de gols em uma única temporada pelo Angel City ao anotar o oitavo, após driblar diversas adversárias do Bay FC e arrematar no canto direito da goleira Jordan Silkowitz.

Raízes em Nova Jersey e passagem por Rutgers

Nascida em Voorhees, Nova Jersey, Riley cresceu jogando no quintal com a irmã mais velha, Madison, ex-atleta e hoje auxiliar em Rutgers. Na universidade, ganhou o prêmio de Caloura do Ano da Big Ten em 2021 e encerrou a carreira universitária com 34 assistências, recorde da instituição e sexta melhor marca da conferência.

A reputação de jogadora aguerrida, porém, foi colocada em xeque em 2024, quando recebeu cartão vermelho por conduta violenta numa semifinal da Big Ten. O episódio esfriou o interesse de clubes da NWSL; apenas Gotham FC e Angel City ofereceram período de testes. “Era a hora de traçar meu próprio caminho”, recorda a atacante, que optou pela mudança para a Costa Oeste.

Foco na evolução

Depois do recorde, Tiernan enfrentou oito partidas sem balançar as redes, mas manteve o respaldo do técnico Alexander Straus. “Ela precisa continuar ocupando os espaços certos. O importante é construir uma base sustentável”, avaliou o treinador após derrota para o Portland Thorns.

Seja qual for o resultado do prêmio, a atacante garante que o objetivo segue o mesmo: “Toda vez que entro em campo, faço o que for preciso pelo time. Se for para marcar, marco; se for para servir, eu sirvo”.

A cerimônia do prêmio de Caloura do Ano encerrará a temporada 2025 e poderá coroar a surpreendente virada de uma jogadora que, há poucos meses, temia voltar para casa sem contrato profissional.

Com informações de ESPN

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