Líder do Campeonato Espanhol e bem colocado entre os oito melhores da Liga dos Campeões, o Real Madrid vive, ainda assim, um momento de forte questionamento em torno do técnico Xabi Alonso. A sequência de três jogos sem vencer — Liverpool pela Champions, Rayo Vallecano e, no domingo (23), o empate por 2 a 2 com o recém-promovido Elche — acirrou as críticas da imprensa de Madri.
Empate em Elche acende o alerta
No Estádio Martínez Valero, os merengues saíram atrás duas vezes, com gols de dois ex-canteranos, Aleix Febas e Álvaro Rodríguez. A igualdade só veio nos minutos finais, graças a Jude Bellingham, em lance contestado por possível falta de Vinícius Júnior sobre o goleiro Iñaki Peña. O resultado provocou reações iradas em programas de rádio, TV e nos jornais esportivos da capital.
“Desconexão” entre técnico e elenco
Analistas como Tomás Roncero, colunista do Diario AS, citam uma “falta de ligação” entre Alonso e os jogadores. Após o jogo em Elche, Roncero disse estar preocupado “num nível 4, que pode virar 9,5” caso o rendimento se repita contra o Olympiacos, adversário desta quarta-feira (26) em Atenas.
Nos principais veículos esportivos, manchetes de tom alarmista se multiplicam: “O Madrid sofre!”, “Esqueceram como vencer” e “Alonso começa a perder o controle”, estampa o Marca.
Gestão de Vinícius Júnior em foco
A relação entre técnico e um dos principais astros voltou ao debate. Substituído com irritação no clássico contra o Barcelona — quando teria gritado “É por isso que vou sair do clube” —, Vinícius foi reserva no domingo e só entrou aos 12 do segundo tempo. Até agora, participou de 904 dos 1.235 minutos possíveis em LaLiga e de 270 dos 380 na Champions.
Dias antes, o jornalista José Félix Díaz destacou em manchete no AS que “renovar Vinícius é inegociável”, recado interpretado como pressão direta sobre Alonso, que também deixou Federico Valverde no banco e armou o time com três zagueiros e alas em Elche.
Contexto político e histórico no clube
A cobertura negativa é vista nos bastidores como reflexo de vazamentos de dirigentes, estafe ou agentes. Sem histórico de cultivar relações próximas com a imprensa, Alonso carece de um “lobby” que o defenda publicamente.
Imagem: espn.com
No Real Madrid de Florentino Pérez, dez treinadores já duraram entre três meses e menos de um ano — os casos mais recentes foram Rafa Benítez e Julen Lopetegui. Embora a diretoria não cogite demissão imediata, o clima é de vigilância intensa.
Após temporada perfeita no Bayer Leverkusen, Alonso enfrenta expectativas elevadas e um elenco afetado por pré-temporadas consideradas curtas nos dois últimos anos. O treinador confia na flexibilidade tática — planos A, B e C — para reencontrar vitórias e silenciar os “lobos” que rondam Valdebebas.
O primeiro teste para conter a pressão será na quarta-feira, contra o Olympiacos, em Atenas. Três dias depois, o líder visita o Girona, em Montilivi, em mais um compromisso crucial para acalmar o ambiente.
Com informações de ESPN