Raio-X das Arquibancadas: Flamengo lidera receitas e Vasco tem o ingresso mais caro do Brasileirão 2025

Levantamento inédito mostra o abismo financeiro entre os clubes e acende alerta para operações deficitárias de Botafogo e Red Bull Bragantino.


A temporada 2025 do Campeonato Brasileiro não está sendo disputada apenas dentro das quatro linhas. Fora delas, a batalha pelo dinheiro da torcida mostra um cenário de contrastes profundos. Um novo levantamento divulgado pela página Somos Clubistas revela os números consolidados de Renda Líquida e Ticket Médio, expondo a saúde financeira das operações de jogo dos 20 clubes da Série A.

A Máquina de Fazer Dinheiro: O Trio de Ferro Financeiro

Como tem sido tendência nos últimos anos, o Flamengo segue soberano quando o assunto é transformar paixão em receita. O Rubro-Negro lidera o ranking de Renda Líquida com folga, acumulando R$ 44,4 milhões nos cofres.

A surpresa positiva, no entanto, vem de Minas Gerais. O Cruzeiro aparece na vice-liderança isolada, com uma arrecadação líquida impressionante de R$ 36,1 milhões, superando o poderoso Palmeiras, que fecha o pódio com R$ 31,5 milhões.

O Top 5 de Arrecadação Líquida:

  1. Flamengo: R$ 44.480.342,62
  2. Cruzeiro: R$ 36.141.275,45
  3. Palmeiras: R$ 31.581.482,86
  4. Corinthians: R$ 28.094.229,63
  5. Grêmio: R$ 17.699.043,58

Nota do Editor: É importante ressaltar que a Renda Líquida é o valor que sobra para o clube após o desconto de todas as taxas da federação, custos operacionais do estádio e impostos. É o dinheiro que realmente entra no caixa.


O Custo da Paixão: A “Elitização” dos Ingressos

Se o Flamengo lidera na arrecadação total, é o rival Vasco da Gama quem cobra o preço mais alto do seu torcedor. O Cruzmaltino possui o Ticket Médio mais caro do Brasil em 2025, custando cerca de R$ 76,68 por ingresso.

Essa estatística gera um debate interessante: apesar de ter o ingresso mais caro, o Vasco é apenas o 8º em arrecadação líquida (R$ 13,4 milhões). Isso sugere que os altos custos operacionais de São Januário ou a capacidade menor de público em comparação ao Maracanã (utilizado pelo Flamengo) limitam o teto de lucro do clube, obrigando-o a cobrar mais caro de menos pessoas.

No outro extremo, o futebol nordestino dá aula de acessibilidade. Fortaleza e Ceará possuem os ingressos mais baratos da Série A. O Vozão cobra, em média, apenas R$ 21,35, permitindo que uma parcela maior da população frequente o estádio.

Os Ingressos Mais Caros (Média):

  1. Vasco: R$ 76,68
  2. Flamengo: R$ 73,46
  3. Palmeiras: R$ 71,83

Os Ingressos Mais Baratos (Média):

  • Fortaleza: R$ 22,14
  • Ceará: R$ 21,35

O Alerta Vermelho: Pagar para Jogar?

O dado mais preocupante do levantamento encontra-se na parte inferior da tabela de renda líquida. Dois clubes da Série A estão, literalmente, pagando para jogar em casa.

O Red Bull Bragantino (19º) e o Botafogo (20º) apresentam saldos negativos. O Glorioso, atual lanterna em rentabilidade de bilheteria, acumula um prejuízo de R$ -1,8 milhão.

Por que isso acontece? O déficit geralmente ocorre quando os custos operacionais para abrir o estádio (segurança, limpeza, taxas da federação, VAR, iluminação) são superiores à venda de ingressos. No caso do Botafogo, mesmo com um ticket médio de R$ 56,69 (o 8º mais caro), a conta não está fechando, o que pode indicar públicos abaixo do esperado ou custos logísticos excessivos no Estádio Nilton Santos em jogos de menor apelo.


Análise Regional

O futebol paulista mostra consistência, com Corinthians, Santos e São Paulo figurando no Top 6 de ticket médio, embora o Tricolor Paulista tenha uma renda líquida (6º lugar) inferior à do Grêmio (5º), que cobra um ingresso ligeiramente mais caro.

Já o Rio de Janeiro vive os extremos: possui o clube mais rico (Flamengo) e o que tem o maior prejuízo de bilheteria (Botafogo), além do ingresso mais caro do país (Vasco).

Os números do Brasileirão 2025 reforçam que ter estádio cheio não basta; é preciso eficiência operacional. Enquanto Flamengo e Cruzeiro nadam de braçada, clubes tradicionais precisam rever suas políticas de preços e custos operacionais para evitar que o mando de campo se torne um fardo financeiro ao invés de uma vantagem técnica.


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